quinta-feira, julho 25, 2013

Fiquei muito honrada quando o poeta Daufen Bach convidou-me para participar das publicações da Revista Biografia. Amei o resultado. Vejam no link
http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br/2013/07/gilda-barradas-poeta-e-escritora.html?spref=fb

quarta-feira, agosto 22, 2012

Como fazer rosas com caixa de ovos

Rosas feitas com reciclagem de caixas de ovos de papelão

Dando corda à proposta de criar objetos decorativos a partir da reciclagem, hoje vamos fazer rosasusando as caixas de ovos de papelão. Com as rosas podemos montar uma série de peças deartesanato: móbiles, luminárias, guirlandas e decorar caixas, fazer lembrancinhas e enfeites de festas.
Como você vai usar fica por sua conta e criatividade, o que importa é testar e por as mãos na massa.
COMO FAZER ROSAS DE PAPELÃO
Separe as partes da caixa de ovosSepare as partes de uma caixa de ovos de papelão. Com uma caixa podemos fazer duas rosas.
Recorte com um estilete o cone da base da caixa traçando um quadrado em torno dele.
Para o projeto precisaremos de dois cones, então recorte mais um.
Recorte o cone da base da caixa
Dobre o cone ao meio juntando as lateraisAperte suavemente o cone recortado e dobre ao meio juntando as laterais.
Com a tesoura arredonde o cone dando um formato de pétala. Corte apenas até a metade, como marca a imagem.Recorte a pétala até a metade
Desdobre o cone, gire e junte outra lateralDepois desdobre o cone, dê um meio giro até a pétala seguinte.
Junte as laterais e repita o corte com a tesoura, novamente até a metade.
Desdobre e gire novamente o cone para a próxima pétala e continue até cortar todas.
Desse modo as pétalas ficam bem iguais.
Corte a pétala também até a metade
Aqui está a base da rosa já recortada
Aqui está a base da rosa já recortada.
Dê um pequeno pique em cada uma das dobras, para abrir as pétalas.
Faça mais um igual a esse.
Abra o segundo cone e divida ao meio como na imagem.Abra o segundo cone e divida ao meio
Arredonde as pétalas de uma das metadesArredonde as pétalas de uma das metades.
Divida a última metade e arredonde as duas pétalas em cima e na base.Divida a última metade e arredonde
No final teremos as seguintes partes da rosaAí estão as partes já recortadas. Foram usados dois cones da caixa, mas você pode fazer pétalas avulsas extras, se desejar uma rosa mais cheia.
As folhas nós fazemos com as partes retas da tampa da caixa. Desenhe um formato de folha e recorte quantas couberem.
Pinte suas folhas de verde usando tinta PVA comum de artesanato.
As folhas fazemos com as partes retas da caixa
Comece pintando o miolo da rosa com um tom mais forte
Vamos pintar a rosa em tons degradês, para ficar mais charmosa, mas você pode pintar tudo em uma única tonalidade se preferir.
Começamos com o miolo na cor mais forte.
A tinta é PVA comum para artesanato.


Pinte as pétalas avulsas num tom médio e a base da rosa no tom mais claro de todos.
Pinte as pétalas avulsas num tom médioPinte a base da rosa num tom mais claro

Vamos modelar as pétalas ainda úmidas.
Aperte a ponta de cada pétala pressionando um pouco o centro com o dedão, como vemos na imagem.
Assim damos o formato da pétala de rosa.
Repita também para as pétalas avulsas.
Modele as pétalas ainda úmidas
Enrole o miolo em torno de si
Enrole o miolo em torno de si com cuidado para não rachar o papelão.
Caso o papelão rache deixe para retocar quando a rosa já estiver montada.
Aplique cola universal de artesanato no fundo da base da rosa.
Pode ser cola quente também, mas a cola universal funciona muito melhor.
Aplique cola universal de artesanato no centro da rosa
Posicione o miolo enrolado nem no centro da basePosicione o miolo enrolado bem no centro da base e aguarde alguns instantes até firmar.
Aplique cola nas pontas, encaixe e fixe as pétalas avulsas de modo a intercalar com as pétalas da base.
Se for colocar muitas pétalas avulsas, lembre de abrir mais as pétalas da base.
Encaixe e cole as pétalas avulsas
Modele as folhas apertando em cimaModele as folhas apertando em cima e encurvando o lado oposto para baixo. 
Aplique cola na parte inferior da folha.Aplique cola na parte inferior da folha
Fixe a folha na base da rosaFixe a folha na base da rosa, de preferência uma folha de cada lado. 
Deixe a ponta da base livre pois assim você poderá encaixar um caule, se desejar.
Se quiser colocar um caule, pinte um palito de churrasco de verde e espete na base do cone.
Arames florais também ficam bons.
Deixe ponta da base livre
Fiz essa rosa com 3 pétalas avulsas
E então? Temos nossa rosa pronta.
Ao lado eu fiz uma rosa com 3 pétalas avulsas, mas pode-se fazer com mais, se assim quiserem.

Esse projeto é bem gostoso de fazer, e quando as rosas vão ganhando forma a gente já fica com vontade de fazer um buquê inteiro. Rosas de papelão de caixa de ovos para projetos de artesanato

A partir daqui a criação fica por conta de cada um de vocês.

Rodas da cidadania

Visitem o blog http://rodasdacidadania.blogspot.com.br/ e participem da roda.

Feirantes fecham apoio a Lúdio


21 DE AGOSTO DE 2012

Feirantes fecham apoio a Lúdio




Cerca de 10 mil pessoas sobrevivem do trabalho em feiras livres em Cuiabá. As 52 feiras nos bairros da capital, que empregam diretamente 3.500 feirantes. O presidente do Sindicato dos Feirantes de Mato Grosso, Pedro da Silva Albuquerque, revelou que apoiará a candidatura do vereador Lúdio Cabral (PT) a prefeito de Cuiabá.

De acordo com Albuquerque, embora o segmento já esteja “caminhando com as próprias pernas” em Cuiabá e conte com itens como linhas de crédito, ainda precisa do apoio do poder público, principalmente para melhorias na infraestrutura das feiras. “Esperamos muito do Lúdio e estamos de corpo e vamos entrar de corpo e alma para ajudá-lo a ganhar esta eleição”, garantiu.

O apoio da entidade à coligação “Cuiabá, Mato Grosso, Brasil”, que tem Francisco Faiad como candidato a vice-prefeito, foi anunciado nesta terça (21) pelo sindicato, que faz parte de um grupo de entidades ligadas ao ex-secretário da Copa, Éder Moraes, denominada “Senadão”.

Corrupto: quem tem o coração rompido


Corrupto: quem tem o coração rompido

Por  Leonardo Boff*



indignação generalizada face à corrupção no Brasil e no mundo está dando lugar à resignação e ao descaso. Pois a impunidade é tão vulgarizada que a maioria já descrê de qualquer solução.

Sobre este fato a teologia tem algo a dizer. Ela sustenta que a atual condição humana é dilacerada e decadente (infralapsárica se diz no dialeto teológico), consequência de um ato de corrupção. Segundo a narrativa bíblica, a serpente corrompeu a mulher; a mulher corrompeu o homem; e ambos nos deixaram um legado de corrupções sobre corrupções a ponto de Deus mesmo “ter-se arrependido de ter criado o ser humano na Terra”, como nos lembra o texto do Gênesis (6,6). Somos filhos e filhas de uma corrupção originária.

Alegava-se, nos espaços cristãos, que todo mal se deriva dessa corrupção originária, chamada de pecado original. Mas essa expressão se tornou estranha aos ouvidos modernos. São poucos os que se reportam a ela.

Mesmo assim, ouso resgatá-la, pois contém uma verdade inegável, atestada pela reflexão filosófica de um Sartre e mesmo pelo rigorismo filosófico de Kant, segundo o qual “o ser humano é um lenho tão torto que dele não se podem tirar tábuas retas”.

Importa anotar que é um termo criado pela teologia. Não se encontra como tal na Bíblia. Foi Santo Agostinho em diálogo epistolar com São Jerônimo que o inventou. Com a expressão “pecado original” não pretendia falar do passado. O “original” não tinha a ver com as origens primevas da história humana. Com ela Santo Agostinho queria falar do presente: a atual situação do ser humano, em seu nível mais profundo é perversa e marcada por uma distorção que atinge as origens de sua existência (dai “original”). Fez a sua filologia da palavra “corrupto”: é ter um coração (cor) rompido (ruptus, de rompere).

Somos portadores, portanto, de uma rachadura interna que equivale a uma dilaceração do coração. Em palavras modernas: somos dia-bólicos e sim-bólicos, sapientes e dementes, capazes de amor e de ódio.

Esta é a atual condition humaine. Mas por curiosidade, perguntava Santo Agostinho: quando ela começou? Ele mesmo responde: desde que conhecemos o ser humano: desde as “origens” (daí o segundo sentido de “original”). Mas ele não confere importância a esta questão. O importante é saber que aqui e agora somos seres corruptos, corruptíveis e corruptores. E que cremos em alguém, o Cristo, que nos pode libertar desta situação.

Mas onde se manifesta mais visivelmente este estado de corrupção? Quem nos responde é o famoso e católico Lord Acton (l1843-1902): é nos portadores de poder. Enfaticamente afirma: “meu dogma é a geral maldade dos homens de poder; são os que mais se corrompem”. E fez uma afirmação sempre repetida: “o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. Por que, exatamente, o poder? Porque é um dos arquétipos mais poderosos e tentadores da psiqué humana; dá-nos o sentimento de onipotência e de sermos um pequeno “deus”. Por isso Hobbes no seu Levitã (1651) nos confirma: “Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”.

Esse poder se materializa no dinheiro. Por isso as corrupções que estamos assistindo envolvem sempre dinheiro e mais dinheiro. Diz um dito de Ghana: “a boca ri, mas o dinheiro ri melhor”. O corrupto crê nesta ilusão.

Até hoje não achamos cura para esta ferida interior. Só podemos diminuir-lhe a sangria. Creio que, no termo, vale o método bíblico: desmascarar o corrupto, deixando-o nu diante de sua corrupção e a pura e simples expulsão do paraíso, quer dizer, tirar o corruptor e o corrompido da sociedade e metê-los na prisão.

*Leonardo Boff é teólogo e professor emérito de ética da UERJ.

Incra deve assentar 1,1 mil famílias este ano. Mato Grosso vai ter fazendas desapropriadas


Incra deve assentar 1,1 mil famílias este ano. Mato Grosso vai ter fazendas desapropriadas



Por Thais Leitão / Agência Brasil

proximadamente 1,1 mil famílias que vivem no Semiárido brasileiro e no estado de Mato Grosso serão assentadas até o final deste ano. A decisão faz parte de um decreto publicado ontem (21) pela Presidência da República no Diário Oficial da União, que declara 21 imóveis rurais como áreas de interesse social para fins de reforma agrária. Trata-se do primeiro processo de desapropriação com esse objetivo em 2012.

De acordo com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), as fazendas desapropriadas somam cerca de 54 mil hectares e estão localizadas nos estados de Alagoas, da Bahia, do Maranhão, do Piauí, da Paraíba, de Sergipe, de Minas Gerais e de Mato Grosso, em áreas que concentram grande parte da pobreza extrema do país.

O presidente do Incra, Carlos Guedes, informou que os primeiros passos serão definir o valor das indenizações aos proprietários dos imóveis, escolhidos com base em critérios específicos, como área capaz de assentar mais de 15 famílias e proximidade a estradas para garantir o escoamento da produção do assentamento, e iniciar a seleção das famílias.

“Nós concluímos as avaliações num período de 60 dias. A nossa pretensão é fazer todos os assentamentos até o final do ano. A seleção das famílias obedece a critérios definidos em lei: elas têm que ser da região e ter um perfil adequado às atividades agrícolas. Vamos cruzar os dados do cadastro prévio no Incra, que reúne famílias que estão mobilizadas pelo processo de reforma agrária, com o CadÚnico [Cadastro Único de Programas Sociais do governo federal] e ver quais preenchem o perfil de famílias pobres com possibilidade de assumir uma atividades na terra”, explicou.

Guedes ressaltou que as famílias que forem selecionadas e não fizerem parte do CadÚnico também serão cadastradas e passarão a receber os benefícios de programas como o Bolsa Família enquanto aguardam para ser assentadas.

O presidente do Incra destacou ainda que, como parte do esforço de integração entre os programas sociais do governo, serão oferecidos cursos de qualificação às famílias por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), acesso à moradia pelo Minha Casa, Minha Vida e à água pelo Água para Todos.

Além disso, as estradas internas dos assentamentos serão viabilizadas pelo PAC Equipamentos, programa que facilita a compra de veículos e equipamentos pelos municípios.

“Dessa forma, você consegue acelerar o processo de implantação do assentamento, cabendo ao Incra apoiar as famílias para que elas possam num prazo de dois ou três anos começar a produzir, gerar excedente e vender para programas governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar e de Alimentação Escolar”, ressaltou.

De acordo com dados do Incra, no ano passado, foram assentadas 22 mil famílias. A meta do governo é alcançar o total de 30 mil até o fim de 2012.

Na manhã de hoje (22), trabalhadores e trabalhadoras ligados ao campo realizaram uma marcha pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, cobrando agilidade na reforma agrária e melhores condições de trabalho. A manifestação encerra o Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, que começou na segunda-feira (20), na capital federal.

Durante o evento, que marcou o cinquentenário do 1º Congresso Camponês, de caráter nacional, ocorrido em Belo Horizonte (Minas Gerais) em 1961, diversas lideranças reclamaram da lentidão no processo de assentamento de famílias no campo, destacando que se trata de uma etapa fundamental para o combate à pobreza e à miséria no país.
http://www.revistasina.com.br/portal/movimentos-sociais/item/7086-marcha-de-camponeses-pede-agilidade-na-reforma-agr%C3%A1ria

Marcha de camponeses pede agilidade na reforma agrária


ua, 22 de Agosto de 2012 15:23

Marcha de camponeses pede agilidade na reforma agrária; Incra diz que Mato Grosso vai ter fazendas desapropriadas.

Por  Agência Brasil*


manifestação de trabalhadores do campo provocou tumulto em frente ao Palácio do Planalto. Os manifestantes derrubaram a grade de ferro usada para conter multidões na Praça dos Três Poderes. Para controlar a situação, a Polícia Militar (PM) chegou a usar spray de pimenta para dispersar os manifestantes.

Após a confusão, um grupo de camponeses conseguiu entregar uma carta com reivindicações no Planalto, endereçada ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

Quatro carros e um ônibus da Tropa de Choque da PM reforçam a segurança nos acessos ao Palácio do Planalto. Os manifestantes estão agora concentrados em frente ao Congresso Nacional. Foram colocadas cruzes brancas no gramado simbolizando as mortes decorrentes dos conflitos no campo.

Na marcha, os camponeses pedem agilidade na reforma agrária e melhores condições de trabalho. “Queremos colocar para os Três Poderes que eles precisam compreender a importância da reforma agrária para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Este tema tem que estar na centralidade da pauta”, disse William Clementino, secretário de política agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A Polícia Militar estima que 1,5 mil a 3 mil pessoas participam do protesto. A estimativa da organização do evento é 10 mil. Devido ao protesto, o trânsito ficou congestionado nas proximidades do Planalto e do Congresso Nacional nas primeiras horas da manhã.

Desde o dia 20, os trabalhadores estão reunidos no Parque da Cidade. Participam do evento representantes de povos indígenas, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, agricultores familiares extrativistas, povos da floresta, pescadores artesanais, quilombolas e ainda trabalhadores assalariados.

Para os líderes do movimento, os focos da manifestação se baseiam no debate sobre a unidade nos movimentos agrários em torno da agenda comum na luta pela terra, a busca por alternativas contra as ameaças de destruição social, cultural e física dos camponeses e a celebração do cinquentenário do 1º Congresso Camponês, de caráter nacional, ocorrido em Belo Horizonte (Minas Gerais), em 1961.

*Colaborou Carolina Sarres

O interminável massacre do povo indígena.


O interminável massacre do povo indígena. Até quando veremos, impávidos, o extermínio, sem fazer nada?

Por  Elaine Tavares*
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uando os portugueses chegaram à costa brasileira nada mais queriam do que ouro e riquezas, da mesma forma que os espanhóis na região central de Abya Yala. Dar de cara com outros povos, outra língua e outra maneira de organizar a vida não causou problema. Eles tinham o poder das armas. E, assim, pela força dos arcabuzes, impuseram um deus, escravizaram, dizimaram, destruíram. A invasão de Pindorama nunca foi um "encontro de culturas”. Foi genocídio. Naqueles dias, milhões de pessoas foram mortas por conta da ganância dos estrangeiros. "Não têm alma”, diziam os piedosos padres. Os que resistiram se embrenharam nas matas, fugiram do litoral e conseguiram ficar à margem do extermínio por algum tempo. Mas foi um curto período. Com a colonização, os portugueses abriram caminho para o interior e nesse movimento tampouco pouparam pólvora. Os indígenas eram apagados do mapa. Depois, com a chegada dos imigrantes, novamente os indígenas passaram por violentas levas de extermínio.

O tempo passou e as comunidades indígenas que sobreviveram foram travando suas lutas. Houve páginas memoráveis de resistência. Na região norte, de mais difícil penetração, muitos grupos conseguiram seguir com suas vidas. Mas, no início do século XX, com a nova política de ocupação nacional, os indígenas voltaram a ser contatados, dessa vez com menos violência física, mas com a mesma intenção de negação da sua cultura e do seu modo de vida. A proposta era a de integrá-los à vida nacional, considerada "a civilização”. Apesar das boas intenções de figuras como o Marechal Rondon, a decisão de integração era unilateral. Ninguém perguntara aos indígenas se era esse o seu desejo. Era uma política de estado e estava baseada na ideia de que o modo originário de vida não era bom.

Na verdade, essa proposta de integração forçada também se configurava uma violência contra as comunidades. E, os que não aceitaram "se integrar” ao "mundo civilizado” tiveram de se manter em "reservas”, lugares previamente demarcados para sua "proteção”. Assim, aqueles que eram os donos legítimos dessas terras passaram a viver de favor, confinados e dependentes do governo em praticamente tudo, inclusive a comida. Não bastasse serem tutelados, os indígenas acabaram na linha de fogo de uma batalha contra aqueles que haviam se apropriado das terras: fazendeiros, grileiros, latifundiários. Não foram poucos os conflitos que se seguiram quando o Brasil decidiu ampliar sua fronteira agrícola. As comunidades que estavam em áreas férteis logo passavam a ser acossadas. Na região amazônica, as riquezas em madeira e biodiversidade tornaram a área extremamente cobiçada e também nas profundezas da selva os indígenas tiveram de enfrentar os mesmos inimigos de sempre: missionários, grileiros, ONGs, os "bem-intencionados”.

Todas essas lutas sempre se deram num contexto desigual. Primeiro, os indígenas eram os selvagens que precisavam ser civilizados, depois eram os preguiçosos que não queriam saber de trabalhar no mundo novo que tão bondosamente tinha sido dado a eles. De um jeito ou de outro eram apresentados à nação como seres inúteis, passíveis apenas de se manterem como "coisa exótica”. Quando essas comunidades começaram a lutar, outra vez, pelos seus territórios, toda essa carga de preconceito voltou à tona. E os índios passaram a ser apontados como aqueles que impediam o progresso do país. Garantir grandes extensões de terra a essa gente era vista como um absurdo, afinal, eles não trabalhavam. Tal e qual os portugueses de 1500, as gentes do poder seguiam olhando para os indígenas como seres de segunda categoria, incapazes, atrapalhos, coisa para ser aniquilada.

Ainda assim as lutas prosseguiram. Na Constituição de 1988 as comunidades indígenas lograram conquistar direitos. Seguiam ainda tuteladas, mas consolidavam um espaço de disputa no qual já era impossível negar a importância dessas gestes, de sua cultura e seu modo de vida, tão absolutamente outro, diferente do proposto pelo modo de produção capitalista hegemônico no mundo ocidental.

As lutas do presente

Quando o século XXI alvoreceu, em todo o planeta assomava um movimento gigantesco de recuperação da memória das culturas que foram oprimidas pelo colonialismo europeu do período chamado de "modernidade”. Nos anos 90, ainda no século XX, comunidades do Equador invadiram o centro da capital Quito, ocuparam igrejas e decidiram que tomariam a sua vida nas mãos. Em 1994 os índios chiapanecos, do México, também se insurgiram, em armas, tomaram cidades e decidiram que nunca mais o mundo viveria sem tomar em conta as suas demandas. Depois, foi um espocar de lutas e rebeliões por toda a faixa andina, na América do Sul, e nos cantões da América Central, no Caribe, na América do Norte (Estados Unidos e Canadá). O Brasil não ficou de fora. As comunidades, caladas por 500 anos, assomavam com suas palavras, seu mitos, sua cosmovisão. Queriam gerir suas vidas e proteger seu território, sistematicamente consumido pela voraz ambição do capital. Para esses povos a terra não é objeto de especulação, é espaço sagrado. Terra é mãe da vida, água é morada dos deuses, bichos são parte de um equilibrado sistema de sobrevivência. Essas coisas não tem preço, têm valor.

Para os homens do poder, esse movimento indígena é coisa que precisa ser freada. Não aceitam entregar a eles o domínio sobre suas terras, até porque muitas delas estão repletas de riquezas. Seus argumentos são singelos: os índios não sabem proteger seus territórios, vendem madeira por cachaça, não conhecem os instrumentos do progresso. Ou seja, não teriam condições de gerir com sapiência, as terras que lhe são confiadas. Assim, nada melhor do que eles, os capitalistas, para dirigir e controlar os territórios. Eles são trabalhadores, empreendedores, podem trazer o progresso, como é o caso das barragens que se constroem na Amazônia. Isso é cuidar, isso é proteger, isso é dar função social para a terra. E não essa ideia indígena de deixar a terra sem uso, que segundo eles, é anti-progresso. E assim vai se fazendo a queda de braço, tão desigual. Basta uma espiada na obra de Belo Monte para se ver os estragos causados à mata, à biodiversidade, às famílias ribeirinhas. Os índios resistem e são sufocados por armas e preconceito. E, na derrota dos indígenas vem a miséria de todos os que por ali vivem, porque o "progresso” dos capitalistas significa progresso apenas para alguns.

Não bastasse toda a história de extermínio, preconceito e opressão, agora a Advocacia Geral da União, órgão do governo, decidiu baixar uma portaria que estende para todas as terras indígenas no país, as condicionantes decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Judicial contra a Terra Indígena Raposa Serra do Sol (Petição 3.888-Roraima/STF). E o que isso significa? Mais um golpe na vida dos 800 mil índios que ainda resistem nesse país.

O Brasil na contramão

Concretamente, as tais condicionantes permitem que as terras indígenas possam ser ocupadas por unidades, postos e demais intervenções militares, malhas viárias, empreendimentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégico, sem que os indígenas sejam consultados sobre isso, coisa que contraria frontalmente a Constituição e também a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Da mesma forma permite que haja uma revisão das demarcações em curso ou já efetuadas que não estejam dentro dessas regras, mais uma vez violando a autonomia dos povos sobre os seus territórios. Com isso, o governo tira das comunidades a possibilidade de elas mesmas decidirem sobre as riquezas naturais que existem em suas terras. Ou seja, entrega aos capitalistas o direito de explorar.

Outra forma de pressionar as comunidades indígenas é a transferência, para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), do controle das terras indígenas, sobre as quais, de maneira indevida e ilegal foram sobrepostas Unidades de Conservação. Ou seja, de maneira perversa buscam colocar os indígenas no papel de destruidores, poluidores e invasores de áreas ambientais.

A portaria 303, da AGU, é a forma moderna de dominação dos mesmos velhos opressores. Se antes eram os arcabuzes, agora é a lei. E o que é mais espantoso, uma lei que viola a Carta Magna. Ora, a decisão do STF só tem validade para a área da Raposa Terra do Sol, e já foi uma grande derrota dos povos indígenas. Por isso mesmo que a luta contra essa decisão específica não acabou. Os indígenas que ali vivem seguem questionando, em luta e na justiça, essa decisão. Ainda existem embargos não julgados. Como então a AGU pode editar uma portaria estendendo as condicionantes ainda não definitivas para as demais áreas? E quem disse que a AGU tem poderes para isso? Só o Congresso Nacional pode legislar sobre terras indígenas. A resposta só pode estar na pressão que vem sendo feita pelos latifundiários e empresários que querem ocupar e explorar as terras ricas em poder dos índios.

O mundo moderno é um mundo em luta pela energia. Esgota-se o petróleo e todo o modo de produção capitalista - que é destruidor na sua essência – está em colapso. Por conta disso, aqueles que detiveram o controle sobre a água e sobre a biodiversidade serão, sem dúvida, os que dominarão o mundo. Não é sem razão que grandes extensões de terras vêm sendo compradas por investidores internacionais em regiões como o Pantanal, a Amazônia, o Aquifero Guarani, justamente onde estão os indígenas "atrapalhando” o processo de dominação dos recursos e das riquezas. O governo brasileiro, seguindo a mesma mentalidade entreguista da maioria dos seus antecessores, se dispõe a conceder direitos aos ditos "empreendedores”, mais uma vez condenado os indígenas ao extermínio, e o povo em geral à dependência.

A se concretizarem os pressupostos da Portaria 303, qualquer terra já demarcada pode ser revista e tirada das comunidades, basta que dentro delas haja algo que seja do interesse dessa gente sempre pronta a sugar as riquezas do país. E, esse tipo de coisa só acirra ainda mais os conflitos existentes, nos quais as comunidades indígenas seguem em franca desvantagem, entregando todos os dias, os seus mortos. Como combater jagunços fortemente armados? Como se defender de milícias de mercenários bem treinados, franco-atiradores, assassinos de aluguel? É a história se repetindo.

Só a união de todos garante a vida 


Para a sociedade, o governo faz propaganda e usa dos meios de comunicação mentindo descaradamente sobre diálogo e promoção de direitos indígenas. Mas, na prática, a política segue sendo a do extermínio e do massacre das culturas autóctones. Na contramão de tudo o que acontece na América Latina, aonde os povos originários vão conquistando cada dia mais direitos, o governo brasileiro caminha para o retrocesso, aliado ao agronegócio e aos interesses internacionais, jogando o povo inteiro nas malhas da eterna dependência.

É preciso que as gentes brasileiras conheçam o que está por trás das letras pequenas das leis. Que os sindicatos informem os trabalhadores, que se faça uma aliança entre os trabalhadores da cidade, do campo e as comunidades indígenas. Esses 800 mil índios que ainda resistem ao massacre iniciado em 1500 são a nossa herança histórica, a célula mãe da nossa cultura, legado imortal, parte constitutiva da nossa essência como povo. Defender o seu direito de viver nas terras originalmente ocupadas, de preservarem seu modo de vida, seus deuses, sua cosmovisão, de gerirem suas riquezas dentro dos princípios que lhes são únicos, como o equilíbrio ambiental e a reciprocidade, é garantir a possibilidade da construção de outra sociedade, justa e soberana.

Não é possível que as gentes brasileiras permitam que se entreguem as nossas riquezas aos poderosos de plantão, aos estrangeiros, aos ditos "arautos do progresso” que, na verdade, nada mais são do que os destruidores da vida. As comunidades indígenas nos mostram que há outras formas de vida, outro "progresso”, outro modelo de desenvolvimento. Negar isso é compactuar com um crime, é agir como agiram os invasores, os assassinos, é defender o massacre.

Já basta de sangue indígena em nossas mãos. Todo o repúdio à Portaria 303.

Lúdio defende propostas para a agricultura familiar

Lúdio defende propostas para a agricultura familiar



O candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT) tem discutido com os agricultores familiares suas propostas para este segmento. No último domingo (19), ele esteve reunido com as 23 famílias do assentamento Barreirinho, na zona rural de Cuiabá, que há três anos ocupam e produzem no terreno de 280 hectares.
A principal demanda dos agricultores é a regularização fundiária, uma das ações prioritárias do programa de governo do petista para as cerca de 20 mil pessoas que vivem na zona rural de Cuiabá.

Também está prevista entre as ações do petista a criação da Secretaria Municipal de Agricultura, o que permitirá ao município realizar parcerias e acessar aos recursos dos programas federais de incentivo à agricultura.

Se eleito, Lúdio Cabral fará um mapeamento da situação das famílias que vivem no campo, e desenvolverá ações para consolidar os assentamentos já existentes, investindo em seu potencial de produção agrícola. “Há um potencial que precisa ser desenvolvido, garantindo geração de renda no campo e alimentando as pessoas na cidade”, disse ele.

O assentamento Barreirinho está dividido em 19 lotes e as famílias são oriundas dos bairros Renascer, Osmar Cabral e Pedra 90 e dos municípios de Rondonópolis, Várzea Grande e Rio Branco. “Vivemos da terra, é isso que sabemos fazer. Já tentei trabalhar na cidade, mas não me adaptei. Se sairmos daqui, dificilmente alguém vai olhar por nós”, disse a agricultora Paula Cristina Firmino.


Associação

Recentemente, Lúdio Cabral recebeu das mãos do presidente da Associação dos Agricultores Familiares do Município de Cuiabá (Agrifac), Dorival Rigotti, as propostas das 50 entidades cadastradas em Cuiabá, que reúnem 2.500 agricultores.

Elas querem mudanças na infraestrutura das comunidades rurais, com melhorias no abastecimento de água, transporte e apoio técnico e a organização da logística para facilitar o transporte dos produtos para a capital.
E também a estruturação de um centro de distribuição e comercialização dos produtos da agricultura familiar em Cuiabá.

Os produtores reivindicam também a aplicação da lei federal 11.947/08, que estabelece que pelo menos 30% dos produtos destinados à merenda escolar sejam adquiridos de agricultores familiares.

Políticas

O fortalecimento da agricultura familiar é uma das metas do programa de governo de Lúdio Cabral. Além da regularização fundiária, o programa de governo prevê incentivo à produção de produtos orgânicos e políticas de melhoria da qualidade de vida no campo, com a instalação de postos de saúde, parques, praças etc.

Cabral também planeja investir nas agroindústrias comunitárias, ampliar o programa de feiras livres nos bairros e criar espaços de comercialização no centro da capital, bem como implementar os programas Banco de Alimentos, Restaurante Popular, Merenda Escolar e a ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos.

Assessoria de Imprensa - Coligação "Cuiabá, Mato Grosso, Brasil" (PT/PMDB)